terça-feira, 18 de setembro de 2012

Só saibas que nada sabes

Tu não és
o filho prodígio
que traz as novidades
nunca ditas por litígio

O que perguntas
já foi respondido
há milênios pelos sábios
nos sarcófagos egípcios

As andorinhas que outrora
esbanjavam ser aladas
Há muito enchem os olhos
e já foram invejadas

Aprenda então calado
e escolha seu lugar
e escute sem teimar
as vozes dos cansados

Aproveita sua alminha
que ainda tens a vida
tens amor para cantar
e deitar as raparigas

Esqueça as novidades
maus agouros e as bem vistas
se tivesse mais idade
cansarias de ouví-las

É melhor entender
que o entender não é teu
Suas ideias não são suas
e muito menos são astutas

As colunas brancas gregas
e as falanges de alexandre
viram seus filósofos 
morrer sem responder
que só foram calados
após bem enterrados

Então sem angústia
viva o absurdo
E veja que a hóstia
alimenta um mundo turvo

Responder pra quê?
se no final vamos morrer
A paz lhe abraçará
quando enfim tu desistir 
de caçar-lhe o alvará
e aprender a não saber
e a amar e a esperar










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