sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Samba pro miserável

O olhar é teu,
quem me colore são teus dedos irmão
Mas não sou de ferro, também viro pavão
Levante teus olhos frouxos
Faça seu samba desgoto
pra não guardar

Não pediram que se coroasse
Você quem outorgou o seu passe
Achas que não somos assim?
quer ter pele de marfim?
sou fraco como humano
pois sim sigo amando
e bem sei chorar

Se não se levantares
nenhuma vai lhe beijar
Pois se não amaste
ninguém vai lhe amar

A cada palma batida
tua alma ouve escondida
e quer roubar

Rouba pra ti o espelho
Rói fundo a pele do dedo
e vai discursar

Mas feche bem os ouvidos
Os homens de fios lambidos
vão te vaiar

Mas não se entristeça, ninguém aqui é alteza
rubros no palco escondido, todos queremos amigos
Mas sem implorar

Acordamos a noite a desgraça
rimos por pouco de graça
Sem nos safar

Somos figura batida,
mas fazemos a nossa fita
sem reclamar

Não precisa esconder teu medo do escuro, vai
nem repetir que sabe demais
todo mundo aqui vive, você nunca soube o qu'eu tive
Pra dizer que tem mais

Mas lhe aceitamos com gosto
o perdão é a lei desta moça
que lhe vai beijar

Pois, ria comigo a tristeza
cante a mulher e a beleza
que vai passar...

Tange a viola quebrada
uma corda só não faz falta
pra quem dançar...





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