sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Maiakovski

Meu livro do Maiakovski
Nem é meu livro do Maiakovski
Mas fica no meu quarto
e por lá ficará.
Sua capa antiga traz a cara
Do russo bravejante
quisera eu ser poeta
que dos pulmões exala
tanta barba e bravura
Como um bárbaro à luta
quisera eu ser eslavo
e grunhir palavras
em cima de uma mesa
que rasgam e proclamam
versos tão delicados
quanto o rugir de uma bomba
e tão enraivados
quanto o pisar de uma moça

Saudades dos tempos
que Maiakovski chorava
e que a vodka era barata

Dos romances passados
e dos povos inflamados
Das bocas sinceras
e dos bravos poetas
 

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