Era um garoto sonhador
Cornetava suas destrezas
Preludiando as proezas
Sentado no sofá macio
Cunhava suas façanhas
Dum engolidor de rios
salteador de montanhas
Papai ,vê, me aguarde
dormirei com dez mil pares
ganharei os sete mares
Mas por favor não se alarde
quando eu fugir sorrindo
tu estarás dormindo
O pai, com seus botões
Crente e cego nos jargões
Via ali, na sua cria
O que já quis ser um dia
O garoto convincente
Disse como quem não mente:
"O dia se aproxima,
ganharei tal mundão,
mas, me rest'um estorvo:
estarei de prontidão,
Com um bom sapato novo"
O velho, sem pensar,
resolveu logo mimar.
Mas de praxe, ouviu permeias:
"agora me faltam as meias..."
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