Ela vem quietinha
apreciando seus passos
primeiro os dedos
depois alivia
um minuto meu dia
Teu cordeiro sorri
Na coleira marrom
Vim fingir que não vi
esvaziar-se o tom
do céu tempestade
que engole a cidade
Aquiete-se maluco
qu'esse tormento se vai
mas o cinza vem negro
um monstro que cai
Um show retumbante
soturno amante
assaz deslumbrante
cai cego o pedante
ai, segura a onda
o silencia proclama
sua presença insana
o vampiro vem lá
quietinho adiante
não vá se mostrar
passar do barbante
periga o maluco
barbárie no muro
tingindo de rubro
o sangue era escuro
mas nada acabou
nem vinho vazou
religue a vitrola
depois vá embora
quero apenas estar
na noite ficar
ver vindo o morcego
tranquilo sem medo
eu gosto é dos loucos
que vêm tateando
e se vão beijocando
dois nus no relento
qu'esquecem os lobos
que babam por dentro
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