quarta-feira, 18 de julho de 2012

Poema no ônibus

Tenho meus dezoito anos
Quero mudar meus velhos panos
E todo mundo nessa neura
De tirar logo a carteira
Ter a máquina que manda
Nas cidades desumanas

E eu não fujo dessa
Atrair mulher à beça
Abandonar meus pés de gente
E me tornar metal latente

Latente, de calor e de poder
Numa voraz disputa urbana
Fundo o pé para correr
Chegar antes na gana,
no sinal avermelhado
Onde, no final...
Vais me encontrar parado.

Melhor largar e caminhar
só e só como nasci
Pra que acelerar o tempo
Se é ele que nos leva
Leva torto, mas sereno
O homem nu que vai vivendo





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