Ou eu quis que acontecesse:
No intervalo da indecisão
- Aquele de café, cigarro e broa
de nenhum livro na mesa -
Pra contar gotas na garoa,
descemos, eu e a Princesa.
Em meio às contabilidades
Já nos sumia a cidade
E contávamos, em segredo
nossos cílios com orvalho
Mas, o nosso liso lago
desse doce espelhado
Virou tormenta num pulo!
Pois nos furou o casulo
um fedorento de terno e pressa,
que quase jogou a Princesa no chão
e saiu xingando o tropeção
"esses jovens só pensam em festa..."
Sonhei:
Eu iria lá e diria
"Seu grosso petulante!
Cadáver ambulante!
Não sabes pedir licenças?
Não sabes que uma Princesa,
se trata ;é como amor de verão?"
Aí eu ficaria com aquele ar grave, de
um gentleman que acerta a trave
A princesa puxaria meus olhos
com os seus de azuis brilhosos
"Tu és meu herói, sabias?"
E eu nada responderia.
Apenas o calor subiria.
Colocariamos-nos então num balão
Jogando rosas de longe ao chão
E recitaria meus finos poemas.
Nossos filhos a comer pão
- todos teriam os mesmos olhos azuis de gema.
Mas o sonho se foi nas brumas
E eu fiquei só no "iria",
subjetivando a bela do dia.
Entortei o cigarro,
e grunhi meus ventos frios
Enfim subi c'a Princesa
pequeno cabisbaixo.
Era o fim do intervalo.
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