terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Meu pedido

Todo dia estampo
Em meu romance policial
Procura-se um poema
Recompensa?
Os meus outros poemas...

Entrego mesmo
Sem dó nem piedade, de perdê-los para sempre
Sem o medo de todo futuro velhinho
De ao fim morrer sozinho

Deixemo-los voarem com os galhinhos arrebitados
As narinas respirando todo os cheiros dos mares
Soprando velas e velas entre os leitos das belas adormecidas, donzelas.

Pois o poema serve para isso
Ofegante e milagroso
Acordar o amor na ida
Sonolento e vagaroso
Dormir a vida na vinda


E, mesmo com ele, o meu
Tão procurado patinho feio
Morrerei sozinho em minha hora extrema
Pois até ele há de voar,
fugir bem no meio
do meu último suspiro.

Mas eu entendo e simpatizo
Poemas não morrem com seus poetas
Voam longe às outras terras
tranquilos, vão sem metas.

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