O mar urbano secou
Nas ruas, as coisas submarinas
Murcham na bruma outonal
E as folhas pastéis brincam
De sobrepor insólitas cores
Sobre meu sapato que arrasta
as saudades espetadas
em nossa cama que se afasta
dessa triste ausência de sol ao meio dia,
desses surdos corredores onde luz já não há
Pois faz tempo, amiga
Que enrolamos juntos os tapetes encardidos
Para dentro da lareira
onde nada se renovará
- Até algum dia querida, até!
Nada se renovará nessa queima,
apenas o fogo.
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