quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sinceridade

Meu poema é uma conversa contigo
Nada é reescrito
Às favas com os remendos
Eu trato aqui é de fluxos
como rios ventos soluços

Ele é meu extinto discurso
Tão perdido em seu ouvido
como uma fêmea em suicídio

Seria injusto, sabe,
Eu poder arrepender
Medir instintos
Se minha intenção for vaga
ou secretas confissões por detrás do meu umbigo

Eu seria até seu inimigo
se lhe dissesse "tralalás"
que ensaiei após
o pôr do sol na ponte
nadar do rio à foz
um passeio de barco a sós
um prato de macarrão borrando a cara
e enfim gritar: "o ó do borogodó!"

Seria medíocre até
Dizer-lhe todas as inspirações
 belamente calculadas
E esperar a tua resposta imediata
"E aí, quem cê é?"

Você iria encarar
apenas as minhas vistas sedentas
ofegando os sonhos nas ventas
Lhe indagando o que pensas
Como uma pérola negra
presa num altar

Não sei se você diria alguma coisa
Acho que não diria nada







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