Nesse reveillon nauseabundo
Mordi a cabeça do mundo
Fervendo a baba, penetrando
nas perigosas rachaduras
Provando o miraculoso
sabor das lavas escondidas
O espirro nervoso dos vulcões,
das bestas, dos miseráveis canhões
Bebendo todos os mares
O gosto verde das matas
Mas nem cócegas fiz...
A digestão anunciou
que os próximos segundos
Seriam de pura amagura...
O vadio gosto de queimado...
Onde nem carinho de vó adianta...
Aí que a baba secou,
Aí mundo era só carvão queimado...
Aí eu vi e vivi o perder do fogo...
Sendo besta também, eu só sabia morder!
e só morderia as cinzas
em cada ano novo.
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