domingo, 4 de novembro de 2012

Afogo em ti

Esquecida
no fundo do aquário
minha vela queima
e o futuro previsto se finda
em remastigações da teima

Fecho os bronzes espelhados
do meu protetor solar
pros teus olhos derramados
que vem de um céu que eu nunca vi.

E a lâmina de ti
vai subindo
temerosamente,
a chama espicha
fazendo o discurso independente
e a Lava dos teus olhos
o faz também,
queimando, e sente.
O quê? Diz!
Desvia os olhos também?

Meu bronze, meu pranto
já é estanho
e derrete...
Que a noite se feche!

Sobe, me escala, me engana
proibido demais
pra nossa vida cigana
quente demais
pra nossa pele humana.

Dois filhos da vida
jogados na esquina
das inesperações
do baque!
Talvez ilusões,
um papel?
desamasse...

E sobes...
Me ergo, temo
submerso
você tremeu mas veio
tentemos, querida
em inglês
fugido?
Ou português?
Libido.

Os anos talvez
corram demais
pra ver
lágrimas retidas
poesias não escritas.

Perderemos de graça
a nossa bandeirada?

Não vai acontecer?
Esconderemos e diremos que ninguém viu?

Mas...Aconteceu.
Subiu.
Se for perder,
perdi.
A vela morreu
em ti.
Meu fogo
é teu.


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