segunda-feira, 7 de maio de 2012

Éramos

Éramos
Jovens, belos, amigos
Andávamos juntos na rua
Vadiando, chutando as latas
Gargalhando, tirando sarro
e fumando cigarro nas matas.

E o riso era desatado
Sem amarras nem malícias
Sem machucar as verdades
Temerosas em miúdas idades.

Mas quando chegou o douro da dama
Chacoalhando seu guizo
Um decote explosivo
Sem teimas na cama

Avançamos na cascavel
Que babava tal mel

Ela então mente e evapora.

E os amigos se arrebentam de frente

Quebrando e arrancando seus dentes.

Não são mais jovens, nem belos amigos.
Agora são ratos, escarrados, fedidos.


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