Cara. eu queria dizer tantas coisas belas
inventar proezas derrubar donzelas
Mas acontece qu'a gente se perde
procuramos um pensamento
que se desvia d'um dia isento
de caminhares estouros
a toa,
no dia a dia dum louco.
estorvo pra qualquer conjugação
dessa vacilante façante má
tradicional dizeres duma arcanja, deus dará
por mais qu'eu nao consigo sorrir um cu
eu disfarço um enorme, vem então
já é tarde cansaço dum dia, fadiga, sem nenhum amasso
sem uma boceta que treta... esquece meu almoço, acabou-se o moço
Aqui está uma via de escape, uma tentativa de despejo mental, uma aspiração à escrita, um sonho jovem, uma preguiça caseira. beijos e abraços, Rafael
sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
sion sion
E o sion respirava
a fumaça qu'eu tragava
com meus jovens camaradas
em suas ruas já domadas
entre o chão duro e o céu cinza
irritando os velhos ranzinzas
entre os prédios pequenos
o problema era os senos
O chinelo e o boné
da juventude iludida
andando a pé
despreocupada e fodida
fazendo sua moral
onde está o ilegal?
numa vida inventada
marionete bem bolada
Rg falsificado
e mijar na esquina
correr do malaco
imitando sua rima
Na madrugada calada
não é mais sagrada
a velha-ordem horizontina
da madame figura
que espia da cortina
na alta cobertura
Nas noites vazias
nem carro queria
a rua largada
essa hora era nossa
Gritando no escuro
pr'acordar o chegado
invadindo o sono
do patrão grande dono
Domingo e ressaca
me liga pra xingar
"foi você seu babaca,
não vai variar?"
E depois vem a prosa
sonhando bocetas
fumando cervejas
rir alto no bar
pois, no nosso sion
não chega o mar
Na segunda triste
de volta à superfície
arrastando o corpo
de volta a escola
seguindo de novo
a ordem das horas
E a poderosa irmã
todo dia vigiando
a conduta sã
da malícia brincando
tirar sarro n'intervalo
e filar um enrolado
vadiar na pracinha
e depois ir chicago
E enquanto cantamos
a serra protege
violões e mulheres
no curral se esquece
Pois ligar o foda-se
não era escroto
era um riso maroto
era rir da vida minha
que ninguém mais tinha
Mas agora é história
nossa boa adolescência
as casas caíram
e os prédios subiram
agora é seguro
ninguém mais pixa muro
Minha vida que se vai
era descer california
e subir uruguai
ficou para a saudade
a pequena idade
é, já passou o tempo bom
mas não há quem não se lembra
dos meninos do sion
a fumaça qu'eu tragava
com meus jovens camaradas
em suas ruas já domadas
entre o chão duro e o céu cinza
irritando os velhos ranzinzas
entre os prédios pequenos
o problema era os senos
O chinelo e o boné
da juventude iludida
andando a pé
despreocupada e fodida
fazendo sua moral
onde está o ilegal?
numa vida inventada
marionete bem bolada
Rg falsificado
e mijar na esquina
correr do malaco
imitando sua rima
Na madrugada calada
não é mais sagrada
a velha-ordem horizontina
da madame figura
que espia da cortina
na alta cobertura
Nas noites vazias
nem carro queria
a rua largada
essa hora era nossa
Gritando no escuro
pr'acordar o chegado
invadindo o sono
do patrão grande dono
Domingo e ressaca
me liga pra xingar
"foi você seu babaca,
não vai variar?"
E depois vem a prosa
sonhando bocetas
fumando cervejas
rir alto no bar
pois, no nosso sion
não chega o mar
Na segunda triste
de volta à superfície
arrastando o corpo
de volta a escola
seguindo de novo
a ordem das horas
E a poderosa irmã
todo dia vigiando
a conduta sã
da malícia brincando
tirar sarro n'intervalo
e filar um enrolado
vadiar na pracinha
e depois ir chicago
E enquanto cantamos
a serra protege
violões e mulheres
no curral se esquece
Pois ligar o foda-se
não era escroto
era um riso maroto
era rir da vida minha
que ninguém mais tinha
Mas agora é história
nossa boa adolescência
as casas caíram
e os prédios subiram
agora é seguro
ninguém mais pixa muro
Minha vida que se vai
era descer california
e subir uruguai
ficou para a saudade
a pequena idade
é, já passou o tempo bom
mas não há quem não se lembra
dos meninos do sion
segunda-feira, 25 de junho de 2012
tarde à toa
Na inércia dessa vida
fico olhando pra janela
misturando azul e branco
sem saber o que farei
O branco é o qu'eu quiser
multi formas vêm à tona
Mas o azul é diferente
dá um grande nó na gente
intocável infinito
impensável ser ou mito
mas deixe bem o não saber
fazer nosso dia bonito
do azul ao vermelho
o laranja entra no meio
fim de tarde um suspense
cada céu uma estreia
de uma icógnita da mais bela
todo dia ao seu dispôr
nossa eterna e misteriosa tela
fico olhando pra janela
misturando azul e branco
sem saber o que farei
O branco é o qu'eu quiser
multi formas vêm à tona
Mas o azul é diferente
dá um grande nó na gente
intocável infinito
impensável ser ou mito
mas deixe bem o não saber
fazer nosso dia bonito
do azul ao vermelho
o laranja entra no meio
fim de tarde um suspense
cada céu uma estreia
de uma icógnita da mais bela
todo dia ao seu dispôr
nossa eterna e misteriosa tela
Provas finais
Na minha mão tensiona
um papel de prova seco
E, lá fora,
a grama molha
em estalo gelados
de águas atrasadas
é chuva de junho
raridade cinza
em mês de céu azul
não se vê todo dia
a grama amarela
suspira, enfim
um verde mui perdido
nesse tempo mau-chovido,
nesse fim d'outono frio
Com o Inverno à vista
não é nem ruim nem triste
é tempo de mangas compridas
é monótono, vago, é, poisé, frio.
O frio é caseiro e carente
Aquieta a ânsia da gente.
Dá saudade do carnaval
e uns sonhos pro natal.
um papel de prova seco
E, lá fora,
a grama molha
em estalo gelados
de águas atrasadas
é chuva de junho
raridade cinza
em mês de céu azul
não se vê todo dia
a grama amarela
suspira, enfim
um verde mui perdido
nesse tempo mau-chovido,
nesse fim d'outono frio
Com o Inverno à vista
não é nem ruim nem triste
é tempo de mangas compridas
é monótono, vago, é, poisé, frio.
O frio é caseiro e carente
Aquieta a ânsia da gente.
Dá saudade do carnaval
e uns sonhos pro natal.
Watch out babe, she's bad
watch out, babe o'mine
have you heard that?
it ain't nice, stay here please...
right under my hat
shoots on the streets and
running crazy feets
the breaking glass
he tried to guess
he didn't knew
that his dream was real
oh, she thinks she's bad
"I'll shoot his ass!"
she said
a bang in air, it's sad
and her affair, you know, is laught to death.
May I notice,
what he heard last?
"Fuck the police!"
...the cop is dead...
The warm red blood
was such a loose
he fell in deep
who he'll meet?
have you heard that?
it ain't nice, stay here please...
right under my hat
shoots on the streets and
running crazy feets
the breaking glass
he tried to guess
he didn't knew
that his dream was real
oh, she thinks she's bad
"I'll shoot his ass!"
she said
a bang in air, it's sad
and her affair, you know, is laught to death.
May I notice,
what he heard last?
"Fuck the police!"
...the cop is dead...
The warm red blood
was such a loose
he fell in deep
who he'll meet?
De que lado você está ?
Você é comunista ou capitalista? Às favas com essas perguntas! Essas esteriotipações são as indagações mais cretinas que alguém de senso pode escutar. É quase um prelúdio de uma provocação fraca, se não já é a própria. Como uma indignante pessoa vai classificar outra com um adjetivo desses? Comunista e capitalista são teorias sociais, tipos de sociedades, modos de produção idealizados, descritos no papel e pinçados no nosso mundo. Não existe ser humano comunista ou capitalista, o homem é apenas um ator num cenário dado. Não que ele não possa mudá-lo, mas ele o faz em companhia com todo o conjunto social, ou boa parte dele, no qual ele se insere.
É a mesma falácia que dizer que uma árvore tem cento e cinquenta cilindradas (150cc). O que possui cilindradas é um motor de pistões e explosõe novas. A árvore pode ser bonita, verde, seca, grande ou pequena, mas não terá 100 ou 150 cilindradas.
Uma das coisas mais ridículas que eu já ouvi foi que um homem é capitalista ao viver numa sociedade capitalista. Primeiro: para dizer isto, a pessoa usa termos mutantes e interpretáveis, o que seria uma sociedade capitalista, à que ponto ela é e à partir de que ponto ela adquire características distintas do polêmico capitalismo?
Segundo, e mais profundo: o que é ser capitalista?
Diante das várias possibilidades ramificadas, vou enumerar novamente meu pensamento, à fim de facilitar o entendimento:
Primeiro - Aquele que detém o capital e, portanto, o poder. Aqui já colocamos em cena a questão do monopólio. Quem tem o capital, protege ele e impede que outros o tenham também. E o típico magnata ou banqueiro que é muitas vezes encarnado na pele do Lúcifer, como o todo-poderoso maquiavélico que vive abaixo do submundo vilanesco e acima dos céus, num patamar quase inalcançável de poder e riqueza, imune a qualquer justiça dos homens. Um grupo muito simbólico e limitado.
Segundo - Conduta que visa acumular capitais, através de todas as formas de lucro, que devem ser sempre maximizadas. Eis aí a típica definição do capitalismo selvagem e seus insaciáveis concorrentes. Neste caso são englobados todos os irrascíveis competidores, um grupo mais abrangente, que possui como característica princípal a intenção, o espírito capitalista acima de qualquer ética.
Terceiro - O sujeito comum, que ganha seu salário mensal, vive mediocrimente e não questiona absolutamente nada, apenas deixa o fluxo lhe carregar, sonhando um dia ser rico e comprar seus grandes sonhos. Essa categoria já adiciona os iludidos, aqueles que acreditam num mérito sem nem ao menos tê-lo. Inclui grande parte da sociedade atual, principalmente da classe média para cima. Um grande número de pessoas inertes e não-pensantes, que exclui aqueles que questionam o modo de produção. Não que necessariamente sejam contra ele, mas que consigam enxergá-lo como um fenômeno social presente e que não é absoluto e onipresente. Sabem que ele é mutante e que tem suas falhas.
Quarto - Essa última categoria, digamos, saco estereotipador onde jogamos os seres humanos, é o principal alvo da minha crítica. Não vou expandir meu texto dentro desse parágrafo descritivo, e outras considerações à cerca dessa minha divisão de estereotipagens que são comumente vistas nas opiniões pessoais, colocarei mais à frente. Nesse grupo mais abrangente, um pouco atrás do grupo que poderíamos chamar de "o Todo", encontram-se todos aqueles que consomem, vivem em padrões culturais distintos do homem-animal. Há casos em que incluem-se até monges budistas que vivem em seus retiros espirituais apenas por vestirem roupas, suas túnicas e por viverem em construções civis, seus mosteiros. Essa estereotipação inclui todo o ser humano consumista, que usa seu dinheiro para viver, ter conforto ou facilitar o dia-a-dia. Quem está fora disso? Apenas os eremitas que vivem em cavernas por aí, em completo isolamento. Essa visão é bem pior da daquele ser humano inerte que enquadramos na terceira categoria. Pensar assim é mais do que um determinismo, é uma ignorância. E é sobre essa aberração metodológica que descorrerei à seguir.
Antes de começar, apenas concluirei dizendo breves notas. Uma quinta categoria foi excluída, justamente aquela do "Todo", pois seria o mesmo que igualar homem e capitalista. O que torna desnecessária qualquer outra explicação. Além disso, queria deixar claro que o que eu coloquei acima foram estereotipações de visões estereotipadoras. Estou separando e categorizando diversos tipos de pensamentos supérfluos que eu acho muito recorrentes em nossa sociedade. É apenas uma classificação de como as pessoas julgam se as outras são capitalistas ou não, e digo isso tendo como pressuposto, logo na introdução do meu texto, que diagnosticar um homem como capitalista ou não é um erro. É um erro porque capitalista é uma sociedade, um modo de produção muitas vezes classificado e caracterizado, uma teoria visionada no mundo atual.
Após o meu primeiro exemplo sobre atribuir cilindradas a árvores, vou discorrer sobre a não compatibilidade entre homem e o adjetivo 'capitalista'. O homem é um agente social, moldado pela sociedade em que ele nasce. Dentro do seu papel de agente social está a ação, e não a inércia. Ele pode mexer-se, pensar, questionar e congregar ideias e forças, mas devemos separar as ideias e ações desse agente social, da sua condição de vida. Por bem ou por mal, o homem continua sendo um produto do seu meio social. Podemos diferenciar homens de bom e mau caráter, entre espertos e ingênuos, inteligentes e ignorantes, ambiciosos e acomodados, etc. São essas características psicológicas, familiares, éticas, individuais, que vão determinar o comportamento de cada agente social em cada papel social exercido por ele em determinada sociedade.
Um governante pode ser corrupto ou não, um empresário pode sugar seus empregados ou não, ou pobre pode roubar ou não. Essas questões estão no âmago da individualidade e do instinto de cada ser humano como peça única num conjunto social. A sociedade capitalista joga o ser humano no espectro do consumo. E ele precisa sobreviver dentro deste espectro, ou seja, existem fileiras e fileiras de produtos de boa e má qualidade, alguns apenas símbolos de ostentação e outros são de primeira necessidade. O fato de um homem ir atrás de conforto ou status não significa a ausência de crítica ou pensamento questionador sobre aquela sociedade de consumo em que ele vive. É apenas o homem continuar seguindo seu caminho humano dentro dentro do seu meio social, como um mero produto dele, todo homem é um produto do seu meio e isso não o leva a 'ser' esse meio. Não é hipocrisia um trabalhador que ganha R$10.000 por mês atribuir um pouco de conforto extra para sua vida e, ao mesmo tempo,criticar a desigualdade social e defender melhores condições de vida para as pessoas que não tiveram a mesma oportunidade ou mérito e por isso ficam impossibilitadas de consumirem.
Não raro um idiocrata questiona para o questionador: Porque vossa bondade esquerdista não doa metade do seu salário para que outra pessoa tenha melhores condições de vida e construamos assim o mundo perfeito que vossa bondade tanto sonha?
Está pergunta é tão estúpida que não tem uma resposta tão burra e curta quanto a própria pergunta.
Mas enfim, responderei ela da melhor maneira que for conveniente para mim.
Primeiro, de onde vem está pergunta? Qual é o seu embasamento lógico que permite que ela seja compreendida, concordemos ou não. Respondendo simploriamente, ela vem do princípio de "faça com o outro o que você gostaria que fosse feito com você", ou "cada um faça a sua parte", " de grão em grão a galinha enxe o bico", "torne suas palavras, suas ações", etc. Esses jargões mágicos que dão base lógica para um questionamento desse nível, por isso que entendemos o seu sentido. São apenas morais de conduta, mas que, embora possam ser construtivas às vezes, carecem de qualquer pragmatismo, melhor dizendo, não têm consistência o suficiente para oferecer qualquer credibilidade de ação coletiva positiva com um objetivo positivo no futuro. Por exemplo: quem garante que se a galinha comer um grão, ela conseguirá achar o outro; e se ela escolher o grão errado?; e se o grão não for dela?; um grão levará ela ao outro?
Parece um argumento bobo, mas faz todo o sentido. Estou apenas metaforizando algo que realmente é muito simples, se não fosse simples, não poderia ser explicado nessas palavras lúdicas. Caso eu doe metade do meu salário para os pobres comerem, estou gerando alguma solução para o problema? Estou eu deixando de ser capitalista para me tornar comunista? Deixando de ser hipócrita? Não, não e não.
Um homem, como produto social do seu meio, age para mudá-lo dentro dos seus limites e dentro das possibilidades de não censurar a si próprio. Ele não vai abrir mão de sua individualidade em prol da individualidade do outro, numa ação direta como dar esmola. A ação deve partir de um indivíduo, dentro de um conjunto, e desse conjunto para o conjunto do meio. É a plena ideia de democracia em pensamentos e ideias. Ideias levam a ações coletivas, e apenas o coletivo muda o todo. De que adianta um homem que pensa diferente continuar agindo sozinho, dando soco em ponta de faca.
Essa linha de argumento, cai na provocação inválida da acusação de hipócrita, por isso segue um caminho simplista. Proseguindo, há outras problemáticas. Por exemplo, essa espécie de argumento é muitas vezes dirigido à quem tem relativamente muito pouco capital acumulado, o que conflitua pesadamente com o interesse individual de quem naturalmente preocupa-se com a própria qualidade de vida, mas continuamos dialogando na provocação. Saindo dela vou aprofundar-me em outras áreas argumentativas.
O âmbito dessa crítica à hipocrisia do "esquerdista" é restrito, pois um ser humano insatisfeito com o sistema em que muitas pessoas não tem qualidade de vida nem acesso aos bens materiais, está igualmente insatisfeito com ou a própria carência, ou com o fato de ele ver pessoas em situação abaixo da dele, em que ele se vê impotente. A consciência do homem pesa não no sentido de que ele deveria estar doando, e sim no sentido de que se ele doar, ele não vai estar mudando em nada o sistema em si. Claro, mas é claro, que as doações e ONGs são fundamentais, mas são sustentadas por quem dedica a vida a isso ou então por quem tem capital sobrando, mais do que precisa para se satisfazer ou do que quer. E isso já concerne à individualidade de cada ser humano, o que já repele qualquer atuação crítica deste argumento aqui questionado (criticar um esquerdista por não agir repartindo seus bens, chamando-o de hipócrita). Ora, estamos lidando com um todo, com uma intenção de mudança para uma sociedade inteira e suas ideias. Ater-nos a aspectos individuais acaba sendo um entrave para uma crítica que deve ser observável num panorama macroscópico, generalizado. Pois bem, criticar quem não doa não faz sentido porque justamente nenhuma mudança ou estado de coisas pode 'contar' apenas com isso. Aspectos indivudais devem se restringir a bônus positivos ou desavenças negativas, para os quais o argumento total, a sociedade em si, deve estar já preparada. Um exemplo claro é imaginar uma sociedade em que os pobres são dependentes apenas da filantropia, como se ela oferecesse alguma segurança de vida e assistência permanente à sociedade.
Então repito, é incosistente criticar essa não-atitude de um homem frente a seus ideais, simplesmente porque essa atitude não caminha em direção aos seus ideais, sendo mais uma sustentação de uma situação "suportável" ou até mesmo "confortável", ou seja "fazer doações para amenizar a calamidade pública ou tentar nivelar a sociedade". Desse modo o doador pode querer se isentar de outras atitudes, como se houvesse feito a sua parte, acarretanto inclusive o ausentamento do pensamento crítico dele, que pode ser levado a acreditar que essa e a solução para os problemas que ele abomina na sociedade. Além disso, essas "amenizações" escondem parcialmente o "problema em si", escancarando uma realidade talvez mais aceitável num determinado aspecto e num determinado lugar. Essa maquiagem que pode ser feita na imaginação do próprio doador quando na imagem que uma comunidade passa a ter de si mesma (No pensamento do filantropo, que pode imaginar o seu papel como cumprido e o problema social como "chutado para longe dele", ou então na transformação pontual da própria realidade sensível, como a construção de uma escola por um filantropo que melhore a situação de apenas 20 crianças entre milhões delas, ou então na existência de uma cidade/país modelo devido à existência de situações positivas específicas, mas que não se aplicam no todo social mundial) leva à uma retração da própria crítica ao sistema que é a raiz dos problemas discutidos, uma vez que os problemas somem temporariamente, sendo maquiados. Assim, a crença cega nessa dever de atitude individual acaba tendo um efeito contrário à própria ideia do questionador individual. Elimina dele mesmo a crítica anteriormente feita por ele, e norteadora de suas ideias. Vale ressaltar que não critico aqui a filantropia ou a divisão de bens segundo critérios individuais, são muito benéficas. A crítica é direcionada à alienação que existe ao tratar esse tipo de ação e comportamento como uma solução para o problema social de nossa sociedade. A falácia não está na ação filantropa em si, e sim na crença de que reside nela o caminho para uma solução perene para os problemas sociais, ou um caminho para essa solução. Não se pode depender desse tipo de ação e muito menos associá-la necessariamente à quem defende uma maior igualdade social, como conduta obrigatória para legitimar o pensamento.
Uma outra forrma de pensar a crítica à acumulação de capitais, é observando que ela não é feita diretamente a quem o acumula o capital (simplesmente pelo fato do indivíduo acumular) e sim ao sistema que facilita e legitima esse tipo de acumulação absurda que ocorre mundo afora.Podemos criticar o indivíduo acumulador em outras esferas, como: se ele prejudicou os outros, se ele se favoreceu, de que forma ele fez essa acumulação, etc.
Indo mais além, o cerne da questão é: Alguém que é contra a acumulação de capital e a desigualdade social, combate esses fatores ao deixar de consumir bens 'supérfluos'?
Abrirei dois caminhos agora: O primeiro foi desenvolvido anteriormente, o de repartir os próprios bens. O segundo é sobre o consumo de bens supéfluos e o consumismo
É a mesma falácia que dizer que uma árvore tem cento e cinquenta cilindradas (150cc). O que possui cilindradas é um motor de pistões e explosõe novas. A árvore pode ser bonita, verde, seca, grande ou pequena, mas não terá 100 ou 150 cilindradas.
Uma das coisas mais ridículas que eu já ouvi foi que um homem é capitalista ao viver numa sociedade capitalista. Primeiro: para dizer isto, a pessoa usa termos mutantes e interpretáveis, o que seria uma sociedade capitalista, à que ponto ela é e à partir de que ponto ela adquire características distintas do polêmico capitalismo?
Segundo, e mais profundo: o que é ser capitalista?
Diante das várias possibilidades ramificadas, vou enumerar novamente meu pensamento, à fim de facilitar o entendimento:
Primeiro - Aquele que detém o capital e, portanto, o poder. Aqui já colocamos em cena a questão do monopólio. Quem tem o capital, protege ele e impede que outros o tenham também. E o típico magnata ou banqueiro que é muitas vezes encarnado na pele do Lúcifer, como o todo-poderoso maquiavélico que vive abaixo do submundo vilanesco e acima dos céus, num patamar quase inalcançável de poder e riqueza, imune a qualquer justiça dos homens. Um grupo muito simbólico e limitado.
Segundo - Conduta que visa acumular capitais, através de todas as formas de lucro, que devem ser sempre maximizadas. Eis aí a típica definição do capitalismo selvagem e seus insaciáveis concorrentes. Neste caso são englobados todos os irrascíveis competidores, um grupo mais abrangente, que possui como característica princípal a intenção, o espírito capitalista acima de qualquer ética.
Terceiro - O sujeito comum, que ganha seu salário mensal, vive mediocrimente e não questiona absolutamente nada, apenas deixa o fluxo lhe carregar, sonhando um dia ser rico e comprar seus grandes sonhos. Essa categoria já adiciona os iludidos, aqueles que acreditam num mérito sem nem ao menos tê-lo. Inclui grande parte da sociedade atual, principalmente da classe média para cima. Um grande número de pessoas inertes e não-pensantes, que exclui aqueles que questionam o modo de produção. Não que necessariamente sejam contra ele, mas que consigam enxergá-lo como um fenômeno social presente e que não é absoluto e onipresente. Sabem que ele é mutante e que tem suas falhas.
Quarto - Essa última categoria, digamos, saco estereotipador onde jogamos os seres humanos, é o principal alvo da minha crítica. Não vou expandir meu texto dentro desse parágrafo descritivo, e outras considerações à cerca dessa minha divisão de estereotipagens que são comumente vistas nas opiniões pessoais, colocarei mais à frente. Nesse grupo mais abrangente, um pouco atrás do grupo que poderíamos chamar de "o Todo", encontram-se todos aqueles que consomem, vivem em padrões culturais distintos do homem-animal. Há casos em que incluem-se até monges budistas que vivem em seus retiros espirituais apenas por vestirem roupas, suas túnicas e por viverem em construções civis, seus mosteiros. Essa estereotipação inclui todo o ser humano consumista, que usa seu dinheiro para viver, ter conforto ou facilitar o dia-a-dia. Quem está fora disso? Apenas os eremitas que vivem em cavernas por aí, em completo isolamento. Essa visão é bem pior da daquele ser humano inerte que enquadramos na terceira categoria. Pensar assim é mais do que um determinismo, é uma ignorância. E é sobre essa aberração metodológica que descorrerei à seguir.
Antes de começar, apenas concluirei dizendo breves notas. Uma quinta categoria foi excluída, justamente aquela do "Todo", pois seria o mesmo que igualar homem e capitalista. O que torna desnecessária qualquer outra explicação. Além disso, queria deixar claro que o que eu coloquei acima foram estereotipações de visões estereotipadoras. Estou separando e categorizando diversos tipos de pensamentos supérfluos que eu acho muito recorrentes em nossa sociedade. É apenas uma classificação de como as pessoas julgam se as outras são capitalistas ou não, e digo isso tendo como pressuposto, logo na introdução do meu texto, que diagnosticar um homem como capitalista ou não é um erro. É um erro porque capitalista é uma sociedade, um modo de produção muitas vezes classificado e caracterizado, uma teoria visionada no mundo atual.
Após o meu primeiro exemplo sobre atribuir cilindradas a árvores, vou discorrer sobre a não compatibilidade entre homem e o adjetivo 'capitalista'. O homem é um agente social, moldado pela sociedade em que ele nasce. Dentro do seu papel de agente social está a ação, e não a inércia. Ele pode mexer-se, pensar, questionar e congregar ideias e forças, mas devemos separar as ideias e ações desse agente social, da sua condição de vida. Por bem ou por mal, o homem continua sendo um produto do seu meio social. Podemos diferenciar homens de bom e mau caráter, entre espertos e ingênuos, inteligentes e ignorantes, ambiciosos e acomodados, etc. São essas características psicológicas, familiares, éticas, individuais, que vão determinar o comportamento de cada agente social em cada papel social exercido por ele em determinada sociedade.
Um governante pode ser corrupto ou não, um empresário pode sugar seus empregados ou não, ou pobre pode roubar ou não. Essas questões estão no âmago da individualidade e do instinto de cada ser humano como peça única num conjunto social. A sociedade capitalista joga o ser humano no espectro do consumo. E ele precisa sobreviver dentro deste espectro, ou seja, existem fileiras e fileiras de produtos de boa e má qualidade, alguns apenas símbolos de ostentação e outros são de primeira necessidade. O fato de um homem ir atrás de conforto ou status não significa a ausência de crítica ou pensamento questionador sobre aquela sociedade de consumo em que ele vive. É apenas o homem continuar seguindo seu caminho humano dentro dentro do seu meio social, como um mero produto dele, todo homem é um produto do seu meio e isso não o leva a 'ser' esse meio. Não é hipocrisia um trabalhador que ganha R$10.000 por mês atribuir um pouco de conforto extra para sua vida e, ao mesmo tempo,criticar a desigualdade social e defender melhores condições de vida para as pessoas que não tiveram a mesma oportunidade ou mérito e por isso ficam impossibilitadas de consumirem.
Não raro um idiocrata questiona para o questionador: Porque vossa bondade esquerdista não doa metade do seu salário para que outra pessoa tenha melhores condições de vida e construamos assim o mundo perfeito que vossa bondade tanto sonha?
Está pergunta é tão estúpida que não tem uma resposta tão burra e curta quanto a própria pergunta.
Mas enfim, responderei ela da melhor maneira que for conveniente para mim.
Primeiro, de onde vem está pergunta? Qual é o seu embasamento lógico que permite que ela seja compreendida, concordemos ou não. Respondendo simploriamente, ela vem do princípio de "faça com o outro o que você gostaria que fosse feito com você", ou "cada um faça a sua parte", " de grão em grão a galinha enxe o bico", "torne suas palavras, suas ações", etc. Esses jargões mágicos que dão base lógica para um questionamento desse nível, por isso que entendemos o seu sentido. São apenas morais de conduta, mas que, embora possam ser construtivas às vezes, carecem de qualquer pragmatismo, melhor dizendo, não têm consistência o suficiente para oferecer qualquer credibilidade de ação coletiva positiva com um objetivo positivo no futuro. Por exemplo: quem garante que se a galinha comer um grão, ela conseguirá achar o outro; e se ela escolher o grão errado?; e se o grão não for dela?; um grão levará ela ao outro?
Parece um argumento bobo, mas faz todo o sentido. Estou apenas metaforizando algo que realmente é muito simples, se não fosse simples, não poderia ser explicado nessas palavras lúdicas. Caso eu doe metade do meu salário para os pobres comerem, estou gerando alguma solução para o problema? Estou eu deixando de ser capitalista para me tornar comunista? Deixando de ser hipócrita? Não, não e não.
Um homem, como produto social do seu meio, age para mudá-lo dentro dos seus limites e dentro das possibilidades de não censurar a si próprio. Ele não vai abrir mão de sua individualidade em prol da individualidade do outro, numa ação direta como dar esmola. A ação deve partir de um indivíduo, dentro de um conjunto, e desse conjunto para o conjunto do meio. É a plena ideia de democracia em pensamentos e ideias. Ideias levam a ações coletivas, e apenas o coletivo muda o todo. De que adianta um homem que pensa diferente continuar agindo sozinho, dando soco em ponta de faca.
Essa linha de argumento, cai na provocação inválida da acusação de hipócrita, por isso segue um caminho simplista. Proseguindo, há outras problemáticas. Por exemplo, essa espécie de argumento é muitas vezes dirigido à quem tem relativamente muito pouco capital acumulado, o que conflitua pesadamente com o interesse individual de quem naturalmente preocupa-se com a própria qualidade de vida, mas continuamos dialogando na provocação. Saindo dela vou aprofundar-me em outras áreas argumentativas.
O âmbito dessa crítica à hipocrisia do "esquerdista" é restrito, pois um ser humano insatisfeito com o sistema em que muitas pessoas não tem qualidade de vida nem acesso aos bens materiais, está igualmente insatisfeito com ou a própria carência, ou com o fato de ele ver pessoas em situação abaixo da dele, em que ele se vê impotente. A consciência do homem pesa não no sentido de que ele deveria estar doando, e sim no sentido de que se ele doar, ele não vai estar mudando em nada o sistema em si. Claro, mas é claro, que as doações e ONGs são fundamentais, mas são sustentadas por quem dedica a vida a isso ou então por quem tem capital sobrando, mais do que precisa para se satisfazer ou do que quer. E isso já concerne à individualidade de cada ser humano, o que já repele qualquer atuação crítica deste argumento aqui questionado (criticar um esquerdista por não agir repartindo seus bens, chamando-o de hipócrita). Ora, estamos lidando com um todo, com uma intenção de mudança para uma sociedade inteira e suas ideias. Ater-nos a aspectos individuais acaba sendo um entrave para uma crítica que deve ser observável num panorama macroscópico, generalizado. Pois bem, criticar quem não doa não faz sentido porque justamente nenhuma mudança ou estado de coisas pode 'contar' apenas com isso. Aspectos indivudais devem se restringir a bônus positivos ou desavenças negativas, para os quais o argumento total, a sociedade em si, deve estar já preparada. Um exemplo claro é imaginar uma sociedade em que os pobres são dependentes apenas da filantropia, como se ela oferecesse alguma segurança de vida e assistência permanente à sociedade.
Então repito, é incosistente criticar essa não-atitude de um homem frente a seus ideais, simplesmente porque essa atitude não caminha em direção aos seus ideais, sendo mais uma sustentação de uma situação "suportável" ou até mesmo "confortável", ou seja "fazer doações para amenizar a calamidade pública ou tentar nivelar a sociedade". Desse modo o doador pode querer se isentar de outras atitudes, como se houvesse feito a sua parte, acarretanto inclusive o ausentamento do pensamento crítico dele, que pode ser levado a acreditar que essa e a solução para os problemas que ele abomina na sociedade. Além disso, essas "amenizações" escondem parcialmente o "problema em si", escancarando uma realidade talvez mais aceitável num determinado aspecto e num determinado lugar. Essa maquiagem que pode ser feita na imaginação do próprio doador quando na imagem que uma comunidade passa a ter de si mesma (No pensamento do filantropo, que pode imaginar o seu papel como cumprido e o problema social como "chutado para longe dele", ou então na transformação pontual da própria realidade sensível, como a construção de uma escola por um filantropo que melhore a situação de apenas 20 crianças entre milhões delas, ou então na existência de uma cidade/país modelo devido à existência de situações positivas específicas, mas que não se aplicam no todo social mundial) leva à uma retração da própria crítica ao sistema que é a raiz dos problemas discutidos, uma vez que os problemas somem temporariamente, sendo maquiados. Assim, a crença cega nessa dever de atitude individual acaba tendo um efeito contrário à própria ideia do questionador individual. Elimina dele mesmo a crítica anteriormente feita por ele, e norteadora de suas ideias. Vale ressaltar que não critico aqui a filantropia ou a divisão de bens segundo critérios individuais, são muito benéficas. A crítica é direcionada à alienação que existe ao tratar esse tipo de ação e comportamento como uma solução para o problema social de nossa sociedade. A falácia não está na ação filantropa em si, e sim na crença de que reside nela o caminho para uma solução perene para os problemas sociais, ou um caminho para essa solução. Não se pode depender desse tipo de ação e muito menos associá-la necessariamente à quem defende uma maior igualdade social, como conduta obrigatória para legitimar o pensamento.
Uma outra forrma de pensar a crítica à acumulação de capitais, é observando que ela não é feita diretamente a quem o acumula o capital (simplesmente pelo fato do indivíduo acumular) e sim ao sistema que facilita e legitima esse tipo de acumulação absurda que ocorre mundo afora.Podemos criticar o indivíduo acumulador em outras esferas, como: se ele prejudicou os outros, se ele se favoreceu, de que forma ele fez essa acumulação, etc.
Indo mais além, o cerne da questão é: Alguém que é contra a acumulação de capital e a desigualdade social, combate esses fatores ao deixar de consumir bens 'supérfluos'?
Abrirei dois caminhos agora: O primeiro foi desenvolvido anteriormente, o de repartir os próprios bens. O segundo é sobre o consumo de bens supéfluos e o consumismo
domingo, 24 de junho de 2012
noite na esquina
trombei uma garota numa esquina à luz de gás
o lampião enferrujado não queria viver mais
mas a noite ainda viva nos chamava pra danar
eu nao dormia nem fingia que nao ia ficar
um sorriso olho a olho diz o que a gente quer
cê parece minha amiga não sei mais o que dizer
puxe um papo, seja minha, qualquer coisa que quiser
não faz hora, vem agora, só um passo preu te ter
dá um nó nessa minha língua que eu não aguento só a mim
a vida é mansa vai-se embora, nem veremos o seu fim
essa rua é perigosa, nao quero te assustar
lhe trago um sorriso, só quero ajudar
e sugiro, não estranhe, soprar logo essa chama
o escuro é mais tranquilo, bem atiça quem ama
pois assim não fingiremos ser normais como um qualquer
sou estranho meio doido, mas não vá de marcha ré
vou pra casa, vamos indo, nao te acanhes por favor
és mulher, com teu ego, nao esconda seu temor
aproveita, que esse agora já se vai,
sonhar em noites vindouras, um dia pra se guardar
pra memória a juventude, foi feliz sem preocupar
Ainda arde a noite e a noite é assim
cante e dance, eu te chamo
vou ficar até o fim
o lampião enferrujado não queria viver mais
mas a noite ainda viva nos chamava pra danar
eu nao dormia nem fingia que nao ia ficar
um sorriso olho a olho diz o que a gente quer
cê parece minha amiga não sei mais o que dizer
puxe um papo, seja minha, qualquer coisa que quiser
não faz hora, vem agora, só um passo preu te ter
dá um nó nessa minha língua que eu não aguento só a mim
a vida é mansa vai-se embora, nem veremos o seu fim
essa rua é perigosa, nao quero te assustar
lhe trago um sorriso, só quero ajudar
e sugiro, não estranhe, soprar logo essa chama
o escuro é mais tranquilo, bem atiça quem ama
pois assim não fingiremos ser normais como um qualquer
sou estranho meio doido, mas não vá de marcha ré
vou pra casa, vamos indo, nao te acanhes por favor
és mulher, com teu ego, nao esconda seu temor
aproveita, que esse agora já se vai,
sonhar em noites vindouras, um dia pra se guardar
pra memória a juventude, foi feliz sem preocupar
Ainda arde a noite e a noite é assim
cante e dance, eu te chamo
vou ficar até o fim
quinta-feira, 21 de junho de 2012
num dia qualquer
Num dia qualquer eu escrevo por escrever, mas só por tentar encontrar um motivo para tal, algo interessante, corro o risco de ser piegas, algo comum para mim. Forçar uma ejaculação mental é o principal determinante de uma merda mal escrita. O pensar em algo deve vir antes do pensar em escrever algo. Olhando a rua, as pessoas, o lixo no chão, as minhas memórias vêm a tona, mas antes que eu consiga uma reflexão isenta de interesses escritores, eles vem e sujam as ideias inocentes e humildes que apareceriam em breve.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Metáfora
Meu segredo eu escondo
Na sua cara sem falar
Pois só quero que entenda
Quando for admirar
Inspire como instinto
O sublime está lá
Não é por certa regra
Que você descobrirá
Não há só um vermelho
Nem um cheiro muito doce
É um óbvio de mim
Que vai a ti por fim
Sinta o cheiro
Veja as cores
da poesia qu'eu namoro
Adivinha a charada
que eu finjo que não choro.
Num faz de conta corriqueiro
Cê desmama da rotina
E descobre essa mágica
que despertou você p'ra vida.
Na sua cara sem falar
Pois só quero que entenda
Quando for admirar
Inspire como instinto
O sublime está lá
Não é por certa regra
Que você descobrirá
Não há só um vermelho
Nem um cheiro muito doce
É um óbvio de mim
Que vai a ti por fim
Sinta o cheiro
Veja as cores
da poesia qu'eu namoro
Adivinha a charada
que eu finjo que não choro.
Num faz de conta corriqueiro
Cê desmama da rotina
E descobre essa mágica
que despertou você p'ra vida.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Sátira à Brasília
Como a morsa bigoduda
Patriarca do senado
Nosso belo gran-teatro
Sai de casa e volta vivo
Já que é tão mal-dizido ?
Ele sabe que é vaso
Que de tão ruim não quebra
Até o Millôr já se foi
E não lhe puxa a perna
Mas tosta a nossa a mão
Encostar nesse cusão
Deixa o Millôr descansar
Já cansou de protestar
Mas mandou lhe avisar
"Sua hora vai chegar"
Senhor feudal não vai pro céu
Nem cocô de coronel
O diabo que lhe aguente
Lá nas eleições do inferno
Vais tornar aquele fogo
Mil vezes mais quente
Sua Morsa sugismunda
Grande barriga rotunda
Tal bigode não é teu!
Queres ser o deus da seca
dos leinçóis, dos sertões,
mas lhe faltam os colhões
do cangaço que morreu.
Abre logo essa torneira
Banha bem aquela areia
Tantos ossos e mão secas
No Brasil dessas veredas
Vai, some daqui
Leva contigo a tristeza
Serraremos tuas presas
morsa gorda e sorrateira
- que me perdoe a mãe natureza
Por comparar um bicho teu
com essa tão fedida besta.
E meu último suspiro
Se daqui não sair vivo
É dizer presse canalha
Subir logo as suas calças,
não cagar nas nossas caras
E servir seu mijo azedo
pro bosta do edir macedo
E bebe do dele também!
Bom que morrem os dois
com todas as notas de cem....
Pois nós todos já cansamos
De ver o teu cú vil
E,
Profundamente odiamos
a tua bunda senil.
Patriarca do senado
Nosso belo gran-teatro
Sai de casa e volta vivo
Já que é tão mal-dizido ?
Ele sabe que é vaso
Que de tão ruim não quebra
Até o Millôr já se foi
E não lhe puxa a perna
Mas tosta a nossa a mão
Encostar nesse cusão
Deixa o Millôr descansar
Já cansou de protestar
Mas mandou lhe avisar
"Sua hora vai chegar"
Senhor feudal não vai pro céu
Nem cocô de coronel
O diabo que lhe aguente
Lá nas eleições do inferno
Vais tornar aquele fogo
Mil vezes mais quente
Sua Morsa sugismunda
Grande barriga rotunda
Tal bigode não é teu!
Queres ser o deus da seca
dos leinçóis, dos sertões,
mas lhe faltam os colhões
do cangaço que morreu.
Abre logo essa torneira
Banha bem aquela areia
Tantos ossos e mão secas
No Brasil dessas veredas
Vai, some daqui
Leva contigo a tristeza
Serraremos tuas presas
morsa gorda e sorrateira
- que me perdoe a mãe natureza
Por comparar um bicho teu
com essa tão fedida besta.
E meu último suspiro
Se daqui não sair vivo
É dizer presse canalha
Subir logo as suas calças,
não cagar nas nossas caras
E servir seu mijo azedo
pro bosta do edir macedo
E bebe do dele também!
Bom que morrem os dois
com todas as notas de cem....
Pois nós todos já cansamos
De ver o teu cú vil
E,
Profundamente odiamos
a tua bunda senil.
Queridos porteiros tristes
Ouvi dizer nas ruas adjacentes
Que os porteiros andam doentes
Padecem de solidão
E quem diagnosticou a doença
Foi a pequenina televisão
A fogueira que aquece
O rosto anônimo do guardião
Atrás do terno escarlate
E do sorriso automático
Há um existir sufocado
Que sim, respira
E sonha escondido
É um vulto na guarita
Mas em casa leva a vida
Cada pão de cada dia
Um sorriso para a filha
Que os porteiros andam doentes
Padecem de solidão
E quem diagnosticou a doença
Foi a pequenina televisão
A fogueira que aquece
O rosto anônimo do guardião
Atrás do terno escarlate
E do sorriso automático
Há um existir sufocado
Que sim, respira
E sonha escondido
É um vulto na guarita
Mas em casa leva a vida
Cada pão de cada dia
Um sorriso para a filha
O circo
Lá está o palhaço que não ri não
Ele chora
Implora
Me diz você porque
Lá está o seu outro amor
Mas infeliz
Ele olha pra mim
Com pena, não diz...
Que eu vou acabar assim
Eu sei ser o seu mágico eu vou sim
E você vai ser a minha atriz
E assim o circo vai viajar feliz
Ele chora
Implora
Me diz você porque
Lá está o seu outro amor
Mas infeliz
Ele olha pra mim
Com pena, não diz...
Que eu vou acabar assim
Eu sei ser o seu mágico eu vou sim
E você vai ser a minha atriz
E assim o circo vai viajar feliz
sábado, 16 de junho de 2012
poeta peut être
Se je peut être poeta
A poesia não s'embeleza concreta
Alor je dis, qu'eu faço o que quero
Suis jeune et maluco
J'écoute pas o teu truco
É eu m'endoido com essas latinas
E co'as suas safadezas
S'eu misturo essas línguas
É por causa das belezas
Não é p'ra mostrar,
as minhas destrezas
Que que tem se não vale?
Se je sais pas jouer o teu jogo
Não fuço o teu, cai fora do meu
Tira de mim
O seu dedo melado
Escrevo pra mim
Não faço ditado
Alto lá,
papagaio engaiolado
Que não sabe voar e se explica trancado
Dit-moi, quem é você ?
Que sorri apenas
Une fois pour mês?
C'est la vie, vejo ti
Rindo de mim
Mas digo e repito.
Um pré-conceito não faz um poeta,
que é cretino e escreve por meta.
Uma teia não faz uma aranha
E o paradoxo, um filósofo
O escuro não se faz tenebroso
E nunca,o chorão, amoroso.
Porque no te calas?
A poesia não s'embeleza concreta
Alor je dis, qu'eu faço o que quero
Suis jeune et maluco
J'écoute pas o teu truco
É eu m'endoido com essas latinas
E co'as suas safadezas
S'eu misturo essas línguas
É por causa das belezas
Não é p'ra mostrar,
as minhas destrezas
Que que tem se não vale?
Se je sais pas jouer o teu jogo
Não fuço o teu, cai fora do meu
Tira de mim
O seu dedo melado
Escrevo pra mim
Não faço ditado
Alto lá,
papagaio engaiolado
Que não sabe voar e se explica trancado
Dit-moi, quem é você ?
Que sorri apenas
Une fois pour mês?
C'est la vie, vejo ti
Rindo de mim
Mas digo e repito.
Um pré-conceito não faz um poeta,
que é cretino e escreve por meta.
Uma teia não faz uma aranha
E o paradoxo, um filósofo
O escuro não se faz tenebroso
E nunca,o chorão, amoroso.
Porque no te calas?
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