Qual é a tua, mente, de achar que se conhece. Qual é a tua, cabeça, de tentar se fazer sozinha.
Qual é a tua de ignorar o que vem de fora, para encantar-se com si mesma. Bloquear suas fluências ao forçá-las em vão.
Qual é a tua.
Qual é a tua de achar-se controlável. De preocupar-se consigo mesma, sendo que assim se esconde das belezas do mundo. De levar-se ao nada tentando fugir de si própria.
Qual é a tua de bater no ego, qual é a tua de se proteger.
Qual é a tua de tentar entender.
Qual é a tua de não ignorar as próprias demências, diferenças, insuficiências. De não amá-las e expô-las, francamente.
Qual é a tua de não querer sair da linha perfeita, de não escolher a si própria e sim a todas as outras juntas.
Qual é a tua de não ter coragem de correr ao infinito sem tentar agarrá-lo.
Qual é a tua de não conseguir caminhar de olhos vendados. De não rebentar-se em qualquer muro e explodir-se num turbilhão de cores inventadas por você própria, ali, na hora.
Qual é a tua de não parar de pensar "qual é a tua"?
Nenhum comentário:
Postar um comentário