Um ideal vem do coração. Não há como defender um ideal pensado, sem senti-lo ardendo nas entranhas. Há uma gana, uma explosão ácida de motivações, que não é simplesmente colocada no peito. Ela nasce lá. Cada um tem a sua bomba relógio. As vezes só é necessária uma chama para acender-se o pavio.
Um pregador maquiavélico não faz nascer suas pregações nos corações alheios, seus supostos ideais. Ele encena um argumento que, o ser humano que não possuir ainda o próprio, ou, por fraqueza, for movido pelo seu egoísmo, acaba adotando por infortúnio. Há ainda casos em que falta coragem para que ideais sejam assumidos.
O idealista de verdade concorda, mas não se submete. Defender um ideal que não se sentiu na alma, no ato do seu florescimento, é tão perigoso quanto deixar as decisões individuais nas mãos de outrem. Ninguém vai viver a vida de outra pessoa pensando com a própria pessoa pensaria, elas são diferentes. Não necessariamente de boa ou má índole.
Uma simples interpretação, ou má interpretação, de palavras retóricas, pode enterrar um ideal junto com seu idealizador. Pode ser criada uma cópia totalmente falsa. É um disco com a mesma capa, mas com outras músicas.
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