quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A Loucura flertando a Vida


Inspirado em Erasmo, um elogio à loucura...

Entre risos agudos,
Ela ressoa.
Entre copos vitrais,
A vida se côa.

Cai no ventilador
E nem sente dor.
A vida gargalha.
O choro encalha.

Entre acordes e vinhos,
Ela se inflama.
É a vida que chama.

Ela fica toda toda.
Entre pernas e saltos,
A vida se magoa.

Regada em sonhos altos,
A vida se molha na garoa,
C'as madeixas desalinhadas,
Pelas gotas malvadas.

Ela então baforeja,
Com um quê de cerveja,
Um poema listrado,
Um verso ondulado
Um pouco enrolado.

A vida se encolhe
E olha rasteira, p'ra ela
Que então dança e canta,
De um riso sedutor,
Dizendo ser amor.

A vida então, encabulada,
Diverte-se com ela
Que rouba as rosas que houver
E recita:
Bem me quer mal me quer.

Mas a vida, misteriosa,
Escorrega-se para casa.

Ela chora apaixonada.

Mas a vida foi só se trocar,
Ficar mais arrumada.
Pois eis que logo volta,
Toda empetecada.

E o sol já raiou
Outra festa começou
Um novo flerte alegórico
Mais um amor ilógico

Elas então tornam
A dançar,
A se afastar,
A se abraçar,
A se amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário