Inspirado em Erasmo, um elogio à loucura...
Entre risos agudos,
Ela ressoa.
Entre copos vitrais,
A vida se côa.
Cai no ventilador
E nem sente dor.
A vida gargalha.
O choro encalha.
Entre acordes e vinhos,
Ela se inflama.
É a vida que chama.
Ela fica toda toda.
Entre pernas e saltos,
A vida se magoa.
Regada em sonhos altos,
A vida se molha na garoa,
C'as madeixas desalinhadas,
Pelas gotas malvadas.
Ela então baforeja,
Com um quê de cerveja,
Um poema listrado,
Um verso ondulado
Um pouco enrolado.
A vida se encolhe
E olha rasteira, p'ra ela
Que então dança e canta,
De um riso sedutor,
Dizendo ser amor.
A vida então, encabulada,
Diverte-se com ela
Que rouba as rosas que houver
E recita:
Bem me quer mal me quer.
Mas a vida, misteriosa,
Escorrega-se para casa.
Ela chora apaixonada.
Mas a vida foi só se trocar,
Ficar mais arrumada.
Pois eis que logo volta,
Toda empetecada.
E o sol já raiou
Outra festa começou
Um novo flerte alegórico
Mais um amor ilógico
Elas então tornam
A dançar,
A se afastar,
A se abraçar,
A se amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário